No dia 23/05/2015, o jornal Estado de Minas publicou uma matéria da jornalista Anna Marina intitulada “A Bola da Vez é o Glúten“. Trata-se de um típico caso de alguém que precisa escrever algo, mas que não tem a menor noção do assunto, e sabe-se lá porque, nem procurou dar “um Google” antes. Eu, na condição de celíaca-nutricionista-educadora em saúde, me senti profundamente incomodada com a forma desrespeitosa com que jornalista escreveu sobre o tema. Concordo que ela tem todo o direito de achar que algumas pessoas talvez estejam deixando de consumir glúten por modismo e também concordo com o direito dela não saber nada sobre o assunto. Mas o que não posso concordar é com a quantidade de absurdos que foram escritos em algumas linhas… absurdos estes que podem custar a vida de muita gente, caso alguns desavisados tenham acreditado no que leram. Assim, como o meu compromisso é com a minha consciência e com o meu papel de educadora, resolvi transcrever aqui no blog a minha réplica a referida matéria, que por sinal, até o presente momento, não obteve nenhuma resposta. E olha que tentei os mais diversos canais de comunicação… e-mail, mensagem via FB e até telefone! Mas enfim… já me conformei com a falta de atenção por parte do jornal. Então, resolvi aproveitar a ocasião e transformar o que foi um grande aborrecimento, em mais uma bandeira levantada em prol da causa Celíaca. Escrevi o texto me baseando na resposta da amiga e orientadora Flávia Anastácio de Paula, que dividiu o texto da jornalista de forma a deixar nosso trabalho de Educação Celíaca mais didático.
“Boa noite Anna Marina,
Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo seu texto publicado no dia 23 de maio de 2015 no jornal Estado de Minas, intitulado “A bola da vez é o glúten”! A senhora está de parabéns por ter conseguido a proeza de atrair muita gente para a nossa causa, por ter conseguido fazer com muitas pessoas, de todo o país começassem a se mobilizar para expressar seu descontentamento contra a desinformação que pode matar. Isso mesmo… glúten mata!
Mas explico melhor abaixo, analisando cada trecho do seu texto:
“COMO DIZ A VOZ DO POVO, “O QUE ABUNDA PREJUDICA”. “NINGUÉM MAIS AGUENTA OUVIR FALAR EM GLÚTEN”.
Acho ótimo que ninguém aguente mais! Sinal de que estamos conseguindo um dos nossos objetivos! Realmente, o que todos nós com desordens relacionadas militamos é por alimentos sem glúten. Para tal vamos ficar não só falando, mas, trabalhando em conjunto com a sociedade civil organizada, os órgãos regulatórios, o Estado, e a indústria alimentícia. Apesar do nosso trabalho já ter vinte anos, estamos só começando. Todos vão ouvir falar de glúten. Todos PRECISAM OUVIR FALAR DE GLÚTEN!
“QUE DE REPENTE SE TRANSFORMOU NUMA GRANDE CAMPANHA NACIONAL”.
Sinceramente, eu gostaria muito que nossa campanha realmente fosse GRANDE, como você acha que é. Isso seria excelente! Mas ainda estamos apenas começando, apesar de algumas significativas e importantes conquistas! Em de 23 de dezembro de 1992 foi homologada a lei da rotulagem Lei Federal n° 8.543, que obriga a indústria a registrar “CONTEM GLUTEN” e foi homologada a LEI No 10.674, DE 16 DE MAIO DE 2003 que obriga a indústria a registrar no rótulo quando o produto é isento de glúten e de contaminação cruzada por glúten grafando “NÃO CONTÉM GLÚTEN”. Além dessas duas leis, em 2009, nós sociedade civil organizada conseguimos definir o Protocolo Clínico da Doença Celíaca que foi publicado pelo SUS. De toda forma: sim é uma campanha nacional pela rotulagem adequada.
“MAS NÃO VEJO O DIA EM QUE A PLACA “NÃO CONTÉM GLÚTEN” VAI APARECER ATÉ EM PÉ DE ALFACE”.
Nós celíacos também estamos ansiosos para que isso aconteça em todo o país, pois até água mineral tem esta informação em seu rótulo! Mas infelizmente muitos produtores ainda não se adequaram a legislação, e não rotulam corretamente seus produtos. Naturalmente, alface não deveria ter glúten. Entretanto, seria ingênuo da nossa parte em descartarmos a hipótese de que no processo de seleção, transporte, embalagem, distribuição e armazenamento as alfaces, cenouras, brócolis, bananas ou outros alimentos originariamente sem glúten, os mesmos estejam imunes de entrar em contato com farinha de trigo. Então, o que posso argumentar é: se na sua região ainda não estão etiquetando alfaces embaladas adequadamente tem algo errado e seria bom aproveitar e fazer uma denúncia a ANVISA, para que a lei seja cumprida, já que a senhora demonstrou preocupação quanto a esta questão.
PARA COROAR A ÊNFASE NUM COMPONENTE QUE ATÉ HÁ POUCO TEMPO ERA PRATICAMENTE DESCONHECIDO POR ESTAS BANDAS, CRIARAM O DIA DO CELÍACO (17 DE MAIO) PARA QUEM SOFRE DE INTOLERÂNCIA A ESSA PROTEÍNA.
Bom… aqui preciso fazer algumas considerações. Os cereais contendo glúten fazem parte da alimentação humana há cerca de 10 mil anos. Não sei quando a senhora começou a ouvir falar de glúten, mas penso que nesta ocasião ainda não era nascida. Para quem conhece História, 10 mil anos parece muita coisa, mas quando analisamos mais profundamente os registros das pesquisas arqueológicas, vemos que nossos primeiros ancestrais surgiram aqui por essas bandas, também conhecida como planeta Terra, há quase 7 milhões de anos e durante todo esse tempo não conheciam o glúten e por isso não adoeciam por causa de sua ingestão. Então, no fim das contas, acabo tendo de concordar que glúten é um item relativamente novo na alimentação humana. Sobre o dia do celíaco e sobre as campanhas que vem sendo realizadas, são todas necessárias para alertar sobre a gravidade das desordens relacionadas ao glúten (aproveito para sugerir a leitura do Consenso de Oslo, publicado em 2013, com as últimas recomendações sobre cada uma destas desordens e sobre o tratamento das mesmas). A doença celíaca é apenas uma dentre estas desordens, e ao contrário de sua crença, é uma doença autoimune, que afeta muito mais que a consistência das fezes… é uma doença que causa inflamação, atrofia e autodestruição da mucosa intestinal, local onde a maior parte dos nutrientes são absorvidos. Assim, um celíaco não tratado pode apresentar inúmeras deficiências nutricionais que podem se agravar a ponto de causa sua morte por desnutrição. Mas a celíaca também pode causar distúrbios neurológicos importantes, infertilidade, pode causar outras doenças autoimunes mais graves (já ouviu falar Lúpus ou artrite reumatoide, por exemplo?) e até mesmo câncer do trato gastrintestinal. Pois é… quem dera que fossemos apenas intolerantes! Mas a intolerância que eu vejo aqui, é das pessoas mal informadas em relação à nossa condição clínica…
FICO IMAGINANDO COMO É QUE FUNCIONA ESSE TIPO DE EXACERBAÇÃO, PORQUE GLÚTEN NÃO MATA NINGUÉM, NÃO É VENENO MORTAL”.
Já ouviu falar de um cara chamado Lucretius? Acho pouco provável, já que ele não tem conta no Instagram, nem no Twitter e nem tem perfil no Facebook. Mas também, isso não seria possível, pois faz muito tempo que ele morreu… viveu na época do império romano. Mas durante sua vida, uma de suas sábias frases dizia que “o que é remédio para uns, para outros é amargo veneno”. E ele nem devia saber o que era glúten! Mas sabia perfeitamente que algumas substancias aparentemente inócuas, como a comida, podia matar algumas pessoas. Pois é…. os alimentos contendo glúten podem saciar a fome de muita gente (como realmente o fizeram no Egito e em Roma, por exemplo), mas esses mesmos alimentos podem causar a nossa morte. E seria ótimo se fosse uma morte rápida e indolor, mas não é…. ele causa um longo processo de desnutrição, que vai minando nossas forças… pior ainda quando outras condições vem de brinde. E não, isso não começou há pouco tempo não! Também na época do Império Romano, há uns 2 mil anos atrás, um médico chamado Arataeus, que nem sabia o que era glúten, conseguiu descrever com riqueza de detalhes todo o quadro clínico que os celíacos mais graves apresentam e foi graças a ele que a Celíaca tem esse nome, pois em grego, koiliacos eram aqueles que “sofriam da barriga“. E os relatos deste médico já foram corroborados por escavações na região de Cosa, na Itália, onde encontraram corpos de pessoas que viveram na mesma época, apresentando todas as características descritas por ele…
NA REALIDADE ELE ESTÁ PRESENTE EM PROTEÍNAS DE TRIGO, CEVADA CENTEIO E OUTROS GRÃOS. MAS, EM COMPENSAÇÃO NÃO ESTÁ NO MILHO E EM SEUS DERIVADOS; FÉCULA DE BATATA, CARNES, PEIXES, AÇÚCAR, CACAU, GELATINAS E SORVETES. SAL, ÓLEO, AZEITES E MARGARINAS. ESSES ALIMENTOS E TODOS OS OUTROS FEITOS COM ELES, COMO BOLO DE FÉCULA DE BATATA POR EXEMPLO, PODEM SER CONSUMIDOS EM UMA DIETA SEM GLÚTEN
Na realidade, o glúten é uma proteína naturalmente presente nestes 3 grãos e por contaminação, na aveia. Não há glúten em nenhum outro grão, mas ele pode contaminar outros alimentos e torna-los impróprios ao nosso consumo. O glúten também é amplamente usado pela indústria alimentícia como agente espessante, como “melhorador” de farinha, como substituto da carne em produtos vegetarianos e até mesmo para aumentar a quantidade de condimentos, além de ser adicionado a caldos, molhos e feijão, para engrossa-los. Ele também pode estar presente no óleo, onde salgadinhos e empanados foram fritos, tornando uma mera batata frita, também imprópria ao nosso consumo. O glúten também é capaz de contaminar ambientes, superfícies e utensílios, reduzindo drasticamente nossas possibilidades de nos alimentarmos, inclusive dentro da nossa própria casa. Sim, e o glúten também está presente na colher de servir sorvete, aquela que encosta nas casquinhas de biscoito e depois vai para dentro de um baldinho cheio de água, enquanto o próximo cliente escolhe qual sabor vai querer… Ah! O glúten também pode estar dentro de um pote de manteiga ou margarina, previamente usado por alguém que comeu pão ou biscoito com glúten, E bolos de fécula de batata se tornam glutenados se forem batidos numa batedeira usada para bolos com farinha de trigo… e também, se o manipulador de alimentos não se lembrar de lavar as mãos após pegar em algo contendo glúten, ou após passar somente “um paninho” para limpar mesas e superfícies…
NÃO SEI A RAZÃO DESSE EXCESSO DE INFORMAÇÃO.
Você não sabe? Talvez eu possa ajudar e dizer que parte disso também é culpa minha, pois desde 2010 eu participo ativamente das ações realizadas pelas Acelbras e pela Fenacelbra, eu também produzo materiais educativos, dou aulas, palestras, distribuo panfletos e até artigo cientifico já ajudei a escrever! Justamente para que o “excesso” de informação ajude outras pessoas da mesma forma que eu fui muito ajudada por quem começou e vem dando continuidade a essa luta. Aos meus antecessores e atuais colegas de militância, eu agradeço muito, pois sabe Deus como eu poderia estar agora… talvez nem tivesse condições de responder à sua matéria. E sabe o que eu acho? A informação que a senhora considera excessiva, eu ainda considero muito pouca… muita gente ainda não teve acesso a elas (inclusive profissionais de saúde e jornalistas) e eu me envergonho por isso, pois talvez eu não esteja tão empenhada quanto imagino…
UMA VEZ QUE A DOENÇA CELÍACA SE APRESENTA PRINCIPALMENTE NO TRATO INTESTINAL.
Mais uma vez eu gostaria muito que isso fosse verdade. Uma diarreia é o menos dos nossos problemas… quem dera que fosse o único, mas como disse anteriormente, até o cérebro pode ficar seriamente comprometido por causa da celíaca. Ah! E nem todos os celíacos apresentam queixas intestinais. Alguns sequer apresentam sintomas! Mas seus intestinos podem estar tão ou mais comprometidos que os dos demais celíacos. As lesões são tão complexas que além de exames de sangue, é necessário fazer uma biópsia do intestino, para avaliar o grau e a extensão das mesmas.
É UMA ALERGIA FORTE, MAS COMO OUTRA QUALQUER.
Não é uma alergia. E não é como outra qualquer. Alergias também podem matar e matam mais depressa, porque matam por asfixia. Doença celíaca é doença autoimune… é o corpo se autodestruindo
APESAR DE TODA A PREOCUPAÇÃO ELA ATACA APENAS 1% DA POPULAÇÃO, O QUE É NADA.
NADA por que nem a senhora nem seus familiares fazem parte destes 1%, correto? Aliás, aposto que não fazem parte desses 1% porque nunca pesquisaram. Nunca fizeram exames. Mas sabia que vocês podem ser celíacos também? A celíaca só pode ser descartada após a realização de todos os exames. E mesmo que seja temporariamente descartada, ela pode se manifestar em qualquer fase da vida, principalmente após fases de maior estresse, seja ele mental ou físico… E caso a senhora queira ter certeza de que não está entre o “quase nada” da população, sugiro procurar um médico e fazer os exames… Prefiro até nem entrar no mérito da falta de empatia, da discriminação em relação a minorias e outras coisas que por si só, dariam muitas páginas…
MAS, COMO VIROU MODA.
Virou moda, não! Voltou à moda! Comer sem glúten foi moda por 7 milhões de anos. Comer glúten foi uma modinha de 10 mil anos pra cá (sugiro a leitura deste livro, deste artigo, deste, deste e de todos estes). E sabe porque comer sem glúten voltou a moda? Porque as pessoas passaram a ouvir mais seus corpos, passaram a se preocupar mais com bem-estar e qualidade de vida e viram que essa modinha de comer glúten estava encurtando a vida…
ENTROU FIRME E FORTE NAS RECOMENDAÇÕES DE DIETAS DAS ACADEMIAS
Há muito que os estudos científicos mostram que o exercício físico é indispensável à saúde. Então pessoas que se exercitam, se preocupam com seu bem-estar e qualidade de vida.
PRINCIPALMENTE PORQUE SERIA O VILÃO DO CRESCIMENTO DO ABDOMEM.
Fato. Glúten aumenta absurdamente o abdome. Mas você sabe por que? Porque inflama e distende as alças intestinais, causa desconforto e uma dor insuportável! Mas também pode fazer tumores crescerem dentro do abdome…

ENTRETANTO É BOM LEMBRAR: NEM TODO OBESO TEM ESSA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR.
A obesidade é uma doença multifatorial. Tem obesos celíacos e obesos não celíacos.
NA REALIDADE A DIETA DE GLÚTEN EMAGRECE COMO QUALQUER OUTRO TIPO DE REGIME QUANDO A PESSOA DEIXA DE COMER FONTES DE CARBOIDRATOS COMO: PÃO, BOLO, DOCES…
Bom, aqui acho que houve um equívoco! O glúten é uma proteína e nem sempre ele está na companhia de carboidratos. Você já ouviu falar em seitan, produto muito consumido por vegetarianos? É glúten purinho! É PROTEÍNA. Ah! E antes que eu me esqueça… proteínas e carboidratos possuem as mesmas 4Kcal por grama!
A INGESTÃO MENOR DE CALORIAS VAI RESULTAR EM DECRÉSCIMOS NA BALANÇA. OU SEJA, DIMINUIR CALORIAS FAZ DIMINUIR QUILOS -E NÃO POR RETIRAR O GLÚTEN.
Depende! Pessoas com distúrbios tireoidianos, mesmo comendo pouco podem engordar… e pessoas que consomem muitas calorias, se forem muito ativas, podem ainda perder peso… Além disso, é comum que celíacos percam muito peso quando comem glúten e o recuperem após a exclusão deste item. Mas isso depende de muitos fatores…
VOCÊ PODERIA EMAGRECER DO MESMO JEITO SE RETIRASSE AÇÚCAR, GORDURAS, OU QUALQUER OUTRA SUBSTÂNCIA MUITO PRESENTE … EM COMIDA QUE TENDE A SER MAIS CALÓRICA, CLARO.
Você poderia emagrecer procurando a orientação especializada de um nutricionista e fazendo exercício orientado por um educador físico. Perder peso só com dieta é um dos piores negócios a se fazer… principalmente se for uma dieta restritiva e sem orientação
DIETAS SEM GLÚTEN SÃO MODISMO PURO, A MENOS QUE SEJA RECOMENDADA POR GASTROENTEROLOGISTA.
Bom… elas não são modismo. Elas são a diferença entre a vida e a morte de muita gente. Mas elas também podem ser uma opção, mesmo na ausência de qualquer problema com o glúten. Tanta gente por aí que resolve ser vegetariano, por exemplo. Tanta gente que abre mão da carne vermelha ou do álcool. Por que comer sem glúten não pode ser uma mera opção? As pessoas não têm mais direito de escolha? E o pior de tudo! Dietas são prescritas por NUTRICIONISTAS, os únicos profissionais legalmente habilitados para prescreve-las! O gastroenterologista é o responsável pelo diagnóstico, não pela dieta. E tem mais! Muitos celíacos são diagnosticados pelo dentista, pelo endocrinologista, pelo dermatologista, etc…
NOS ANOS 1960, O MÉDICO AMERICANO WILLIAN DAVIS, ESCREVEU O LIVRO “BARRIGA SEM TRIGO” QUE FOI PARAR DURANTE MESES E MESES NA LISTA DO NEW YORK TIMES. AMERICANO ADORA ESSE TIPO DE LEITURA, MAS NEM POR ISSO É O POVO MAIS MAGRO DA TERRA, MUITO PELO CONTRARIO?
Bom, americanos costumam dar muito mais valor à Ciência que nós, brasileiros, mesmo que tenham dificuldades em pôr em prática o que está nos estudos. E em relação aos estudos sobre a Celíaca e Desordens Relacionadas ao Glúten, nem há como comparar o avanço das pesquisas americanas… Ah! Quase ia me esquecendo de um “pequeno detalhe”! Dois grandes pesquisadores da Doença celíaca, em universidades americanas, já estiveram no Brasil (mais precisamente no Rio de Janeiro), para nos ensinar sobre o assunto:


UM DOS SINAIS DA INDISPOSIÇÃO AO GLÚTEN É A DIARRÉIA SEM FATORES APARENTES. QUANDO ELA SE TORNA CONSTANTE E SEVERA, É BOM CONSULTAR O MÉDICO PARA SEGUIR UMA DIETA CORRETA, QUE VAI REEDUCAR O INTESTINO.
A senhora sabia que muitos celíacos não têm diarreia? E sabia que muitos celíacos não apresentam sintomas? Acho que já falei sobre isso alguns parágrafos acima, mas não custa lembrar… A diarreia não precisa ser constante e nem severa para que a celíaca cause graves lesões internas. E como eu falei… não é o médico que tem que prescrever dieta. Isso é atribuição PRIVATIVA DO NUTRICIONISTA
SÓ QUE NÃO É PRECISO LEVAR O CONTROLE AO EXAGERO.
Depende do que a senhora considera exagero. É exagero não querer morrer? Querer ter saúde para concluir os estudos, para trabalhar, para ter filhos e vê-los crescer com saúde? Se isso for exagero, então eu me assumo exagerada de carteirinha!
PORQUE NEM SEMPRE É VERDADEIRA AQUELA INFORMAÇÃO NA CAIXA DE QUE Os PRODUTOS NÃO CONTEM GLÚTEN.
Quando isso acontece, a empresa pode ser denunciada à Anvisa e autuada.
MUITOS APROVEITAM APENAS A TENDÊNCIA DO MOMENTO. ESTÃO COLOCANDO ESSA INFORMAÇÃO ATÉ EM EMBALAGENS DE PAÇOQUINHA DE AMENDOIM.
Essa informação tem que estar presente até em rótulo de água mineral! É LEI. Simples assim. E é uma grande conquista nossa. Sabemos as dificuldades enfrentadas por celíacos que moram em países onde não há legislação semelhante.
Aproveito para sugerir as seguintes leituras:
Consenso de Oslo: http://gut.bmj.com/content/62/1/43.full.pdf+html
Protocolo clínico do SUS: http://bvsms.saude.gov.br/…/sas/2009/prt0307_17_09_2009.html
Leis de rotulagem: http://www.fenacelbra.com.br/…/blog/cat…/leis_nivel_federal/
Doenças associadas à celíaca: http://www.fenacelbra.com.br/…/doencas-associadas-a-doenca…/
Atenciosamente,
Dra. Juliana Crucinsky – Celíaca, Nutricionista, e Consultora Técnica da Acelbra RJ.
Obrigado,vou mandar para algumas pessoas, tem um inimigo sem etiquetas,o ser humano,boa sorte,abraço .
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Obrigada, André.
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Obrigada pelas informações.Tenho uma neta celíaca.
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Juliana,
sou nutricionista clínica, em 2014 publiquei o livro “Com Sabor: Sem Glúten, Sem Lactose”/ Editora Rubio, ministro palestras e cursos sobre o assunto.
Constato a cada dia que a desinformação a respeito da gravidade da doença celíaca e da sensibilidade ao glúten não celíaca é imensa.
Parabéns pela sua resposta e informação!
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Obrigada pelo apoio, Vivete!
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Perfeita Juliana a sua explanação e resposta a uma pessoa tão desinformada e ignorante no assunto da Doença Celíaca, parabéns e muito obrigada!
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Obrigada, Cleonice!
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Bom dia
Acabo de ler suas considerações sobre a matéria da jornalista Anna.
Saiba que faço minhas as suas palavras…pois tenho um filho com doença celíaca desde Jan 2014…uma filha diabética tipo 1 desde Fev 2015 e neste mês minha terceira filha está com sintomas de intolerância à lactose…
Tudo isso me faz refletir muito sobre nossa existência e de nossas missões.
Saiba que suas palavras tem eco e que estou disposta e a sua disposição para em um almoço ou café fomentar ações que definitivamente vire leme na direção do RESPEITO.
Um grande abraço e até breve.
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Obrigada pelo apoio, Monica!
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Sem palavras! Haja desserviço! Tenho dermatite herpetiforme diagnosticada a duras penas somente aos 32 anos.
Jornalista?! Sei…
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Adorei o seu “COMENTÁRIO”,as pessoas precisam conhecer mail sobre a DOENÇA CELÍACA,para poder dar suas opiniões,achar que é modinha,é simplesmente,sem noção,parabéns,doutora,faço parte de uma ASSOCIAÇÃO DE CELÍACOS,aqui do ESTADO DO ESPÍRITO SANTO,ACELES.
Luíza.
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Obrigada pelo apoio, Luiza!
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Parabéns Doutora, quem sabe esclarece. Passei 16 anos da minha vida lutando contra artrite reumatoide e todos os sintomas da doença celíaca. Finalmente depois de uma endoscopia descobri a causa, cortei o glúten e leite e comecei a ter vida.Sem dor, sem corticoides, sem remédios para controle da artrite e sem sintomas horríveis da proteína do glúten. Se tivesse a informação que tenho hoje, não teria passado por 10 cirurgias ortopédicas. Há jornalistas…e jornalistas.
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Obrigada, Zoê!
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O Livro de William Davis chama-se “Barriga de Trigo” e não “Barriga sem Trigo”
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Obrigada, Meire. Mas como eu reproduzi o texto da jornalista (em caixa alta e nergrito), mantive exatamente o que ela escreveu.
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Perfeito!!!!! Juliana. Parabéns e muito obrigada.
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Obrigada, Erika.
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Excelente resposta! Por conta de matérias como esta que nós, que temos problemas com gluten, temos de conviver com preconceitos diários.
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Infelizmente é por essas e por outras que nossa condição é banalizada e somos tidos como hipocondríacos ou frescos.
Obrigada pelo apoio, Vivien.
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Parabéns, Juliana!!!! Excelente resposta. Aproveito para agradecer todo empenho para ajudar os celíacos! Vou compartilhar no facebook. Todos deveriam ter essas informações. Parabéns novamente!
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Muito obrigada, Ana Luiza!
Informação é poder!
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Perfeito! só quem é celíaco ou tem alguém na família que seja, sabe e entende realmente o sofrimento..
é disso que precisamos, mais informações coerentes e com embasamento para formar cidadãos mais informados e que saibam respeitar outras pessoas! Parabéns
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Obrigada, Maraya!
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Parabéns Juliana, adorei sua resposta, fantástica. Não sou celíaca e nem tenho ninguém da família, mas trabalho com festas e tenho clientes celíaca inclusive uma que é nutricionista a qual me orienta muito sobre. Todo cuidado é pouco pois existe a contaminação cruzada. Afinal estamos trabalhando com vidas e todo respeito e cuidado é pouco. Deus te abençoe e obrigada pela publicação.
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Muito obrigada, Fatima!
Bom saber que pessoas que não são celiacas estão por dentro do que é contaminação e seus riscos para nós!
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Republicou isso em daboellieconomia10.
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Querida, que prazer ler um texto bem escrito, perspicaz, bem humorado… Parabéns pela causa e pela inteligência!
Não sou celíaca, mas há uns 2 meses tirei o glúten da minha alimentação e me sinto ótima!!
Bjs,
Lena
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Ola Lena! Obrigada!
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Ah, fantástica sua resposta e agradeço muito suas colocações. Minha mãe sofre com dores há muitos anos e numa reportagem na TV, descobriu por conta própria a intolerância ao glúten. Ela está atualmente com uma nutricionista, mas não é conhecedora do assunto.. Ou seja, minha mãe faz dieta a partir dos rótulos dos alimentos dizerem não conter glúten. Uma médica que tb é celíaca disse pra minha mãe cortar tb o polvilho azedo e o arroz. Na verdade, ela desinchou, mas gostaria de saber, estes alimentos estão contaminados ou não por glúten. E quanto aos exames, quais ela leria que realizar para ter um tratamento adequado?
Obrigada e parabéns por defender essa causa!
Luciana.
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Olá Luciana, obrigada!
Em relação a sua mãe, para fechar o diagnóstico de Doença Celiaca é necessário estar consumindo gluten regularmente. O médico precisa solicitar os anticorpos IgA total e IgA antitransglutaminase, além de uma endoscopia com biopsia de duodeno, especificando no pedido que é para pesquisar doença celiaca. Vcs são de que cidade? As Acelbras possuem listas de profissionais para indicar.
Sobre arroz e polvilho, eles não contém gluten, mas podem estar contaminados, por isso é importante ler atentamente todos os rótulos.
Gde Abraço, Juliana
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Dra. Juliana. muito prazer. sou de fortaleza e como celiaca e mae de celiaca participo da ACELBRA. Fol muito bem conhecer os dois textos… o seu e o da jornalista. Um bom combate! ja vi ate medicos desavisados, fazendo essas criticas intolerantes sobre o glúten. havemos que ser intolerantes mesmo com tais manifestaçoes, ja que nossa intolerancia ao glutem é real. Sou graduada no curso de estética na FAMETRO ( faculdade metropolitana de fortalaza) onde desenvolvi minhas pesquisas sobre DOENÇA CELIACA, ESTETICA E NUTRIÇAO.ENTENDER PARA INTERVIR. Comecei então um projeto de extensão em educaçao e saude sobre essse tema em uma comunidade carente na periferia de Fortaleza onde fazemos praticas esteticas sob o ponto de vista cosmetologico sem gluten, conscientizaçao juntamente aos agentes de saude diretamente nos postos da prefeitura e oficina de alimentos glutem off.
para quem trava uma batalha por um bom combate nao é nada facil saber de outren puxando seu tapete. Entao, precisava lhe dizer tudo isso e agradecer por falar em meu nome e me (nos) defender. Se vier a fortaleza e quiser nos conhecer será um prazer enorme.
grande abraço parceira.
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Olá, Mariah!
Muito obrigada por suas palavras! Eu também sou celiaca e doeu fundo ver a forma leviana com que a jornalista tratou nossa condição. Doeu mais ainda pq sei que muitas pessoas pensam igual. Mas estamos na luta!
Parabéns pelo seu trabalho! É sempre muito bom ter notícias boas assim! E será um enorme prazer um dia ir a Fortaleza e conhece-la.
Gde Abraço, Juliana
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Olá Dra. Juliana, descreveu muito bem todos os pontos necessários para a compreensão da doença celíaca. Há 21 anos perdi uma amiga com essa doença. Nessa época a informação sobre o assunto era mínimo e somente depois de muito tempo em que ela já estava muito debilitada, é que se descobriu a causa.
Gostei muito da sua exposição rebatendo as bobagens e irresponsabilidades que essa pessoa escreveu, demonstrando assim o quanto é importante estar atento a essa doença.
Parabéns!
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Obrigada, Vera!
É uma pena que sua amiga tenha morrido por conta da doença celiaca. E infelizmente enquanto a mentalidade das pessoas não mudar, sabe-se lá quantos celiacos não estarão correndo o mesmo risco, principalmente os não diagnosticados.
Gde Abraço, Juliana
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Muito interessante seu post! Espero que a jornalista Anna Marina tenha lido, vai fazer um bem incrível para a carreira dela!
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Obrigada, Thais!
A esperança é a ultima que morre, né?
Gde Abraço, Juliana
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Parabéns Juliana, todos os dias precisamos esclarecer as pessoas da doença celíaca!
E essa “jornalista”, ao menos uma retratação!!
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Obrigada, Adriana!
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Confesso que para mim várias das informações incorretas da jornalista eram verdade, simplesmente porque nunca fui atrás para me informar sobre o assunto. Agradeço pelos esclarecimentos, vou acompanhar o blog de hoje em diante.
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Olá Elisangela. O gluten nos mata, mas a dieta nos salva!
Obrigada!
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Descobri a doença à quatro anos, estava desistindo de viver, o glutem mata sim. Adorei a matéria, parabéns juliana
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Olá Elisangela. O gluten nos mata, mas a dieta nos salva!
Obrigada!
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Há mais ou menos 2 anos venho lutando para excluir da minha alimentação o máximo possível de alimentos que contenham Glúten, por opção. É fácil? Não! Mas eu continuo no meu propósito pois comprovadamente nos períodos que o tirei da minha alimentação
me senti muito melhor, muito mais saudável, mas tenho minhas recaídas. Imagino o que é para quem tem que Eliminá-lo por questões de saúde. Parabéns pelo seu artigo, vou compartilhar acho que todo mundo deveria parar um pouco e ler.meu apoio a você.
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Obrigada, Celina
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Oi Dr. JULIANA me chamo Thereza e tenho um filho com doença celíaca, moro no interior do Amazonas e a senhora não sabe o quanto foi difícil descobrir o que meu filho tinha, lendo essa reportagem dessa jornalista me sinto tão indignada, revoltada e triste ao mesmo tempo em pleno século XXI ainda existem pessoas desinformadas e que não procuram se informar sobre este assunto cada vez mais presente nas famílias… Estou nessa luta com a senhora..
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Ola Thereza. Que bom que vcs descobriram o que ele tinha! A luta é de todos nós! Obrigada pelo apoio.
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oi Dra Juliana, parabens pela materia. Muito triste saber que grandes meios de comunicacao sejam capazes de publicar tanta desinformacao!
Nao sou celiaca (pelo menos nao sei se sou, pois nunca fiz exames), mas ao optar por fazer uma dieta paleolitica, naturalmente o gluten foi cortado da minha vida e, por consequencia senti uma melhora absurda em minha digestao e bem estar, reducao drastica de retencao de liquidos, aquela sensacao de inchaco e desconforto apos a refeicoes sumiu (por exemplo, comer um pao frances me fazia lembrar dele por metade do meu dia, parecia que eu tinha engolido um boi inteiro).
Minha opcao por nao comer gluten nao tem haver com dietas para emagrecer, pois ja sou magra e estou muito bem, foi realmente para ter mais saude e reduzir a ingestao de produtos industrializados.
Por outro lado, tenho um amigo cuja irma, que ja eh uma senhora, quase morreu, pois, passou a vida sofrendo sem ser diagnosticada como celiaca e, quando ha poucos anos descobriram, finalmente ela pode mudar a alimentacao, mas o triste de tudo isso, foi que ela ficou com sequelas causadas pela doenca, consequencia de desinformacao.
Ficou muito claro para mim que faltou a jornalista olhar para o tema sem um pre-conceito, faltou conversar com pessoas que optaram pela dieta e quais as consequencias, e, muito mais ainda com as pessoas que realmente precisam dessa informacao tao importante para sobreviver.
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Simplesmente OBRIGADA!! 🙂
Já não basta todos os desafios diários que temos que enfrentar ainda somos surpreendidos com uma jornalista, que claramente “não fez seu dever de casa”, desmerecendo e desrespeitando a luta e a condição de tanta gente. Pior é imaginar quantas pessoas leram esse artigo e assimilaram tantas informações erradas como verdade. Continuamos na batalha pelo fim do “deixa de neurose” ou “come só um pouquinho”. Espero que um dia as pessoas tenham a real noção de que para muita gente o glúten é sim um veneno.
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Estou chocada com tanta bobagem escrita por essa “jornalista. Existe alguma forma de entrar em contato com ela?
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Olá Elaine, eu tentei contato diversas vezes atraves de email e pela página do jornal no FB, mas não me responderam. Por isso resolvi publicar minha resposta aqui no blog e aproveitar pra divulgar informação correta.
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OI JULIANA,ESTOU ABISMADA COM TAMANHO DESCONHECIMENTO DA CAUSA E PRECONCEITO.ESTOU COM ALGUNS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE NÃO SE SABE AO CERTO SE OCASIONADOS PELO CONSUMO DE GLÚTEN,PORÉM,A PEDIDO MÉDICO SUSPENDI O CONSUMO.MAS JÁ OUVI ALGUNS COMENTÁRIOS MALDOSOS SOBRE O FATO DE NÃO CONSUMIR GLÚTEN E SENTI NA PELE O QUE É A DESINFORMAÇÃO(E A FALTA DE VONTADE DE SE INFORMAR DE VERDADE) DESSAS PESSOAS.PARABÉNS.ÓTIMO POST.AH!!!! E MELHOREI QUASE 100% DEPOIS DE TIRAR O GLÚTEN DA MINHA VIDA.
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Leia, mesmo que com atraso de 1 ano, felizmente essa senhora de certa forma se retratou, pois recentemente publicou no mesmo jornal, uma materia com informaçoes corretas sobre a DC e o glúten! Infelizmente ainda existe muita desinformação, mas seguimos fazendo a nossa parte!
Gde abraço, Juliana
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